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Amarante

Amarante goza de localização privilegiada para a atividade agrícola. A proximidade da Serra da Aboboreira, a oeste da do Marão, possibilita a criação de imensos cenários pintados até às margens por verde e azul. Aliás, a Serra é considerada a primeira casa da população: com as suas linhas de água, e a sua pouca altitude, favoreceu a instalação de pessoas desde a pré-História. Anos mais tarde, o solo foi trabalho e povoado, transformando a agricultura na principal razão de sustento.

Os proventos dessa labuta permitiram a construção de belos solares e o consequente desenvolvimento cultural. Já na época contemporânea, o aparecimento de figuras proeminentes do mundo da escrita e da pintura – entre tantos, Agustina Bessa Luís, Teixeira de Pascoaes e o pintor Amadeu de Sousa Cardoso – atribuíram a Amarante um estatuto intelectual no norte do país. Foi Teixeira de Pascoaes quem recitou, em poesia, a beleza desta terra a que o rio dá uma pincelada de mestre.

Amarante no outono

Serra do Marão

O que comer?

A localização de Amarante acaba por centralizar a sua própria comida porque, estando entre o Minho e Trás-os-Montes, reuniu as características destas duas províncias.

O cabrito serrano assado, o bacalhau à Zé da Calçada e a vitela maronesa dominam as preferências dos habitantes e colocam Amarante no centro do mapa gastronómico nacional. O célebre bacalhau, frito em azeite e acompanhado por ovos, maionese e por vezes mostarda, tem uma receita que ultrapassa gerações. Já o cabrito, temperado com alho e pimentão-doce, tem um sabor sublime e irresistível.

Também é igualmente famoso o arroz de frango, que as freiras de Stª Clara tanto faziam, com as aves de capoeira que lhes levavam como forma de pagamento de promessas.

A doçaria, assenta nos ovos e nos doces conventuais que, depois das invasões francesas, deixaram de ser feitos nos conventos, por a maior parte ter deixado de existir – mas muitas famílias e pastelarias mantiveram aquelas receitas tradicionais dos papos de anjo, foguetes, lérias e brisas do Tâmega, visíveis, em conjunto, na foto abaixo. Na outra, os pingos de tocha.


Serra do Marão


O que fazer?

O histórico, o cultural e o místico. Estas três características vivem de forma intrínseca no ADN de Amarante e podem ser vistas nos vários monumentos históricos que completam esta cidade. Um dia – ou dois no máximo – é suficiente para conhecer estes pontos atrativos que contam a vida e completam o culto destas pessoas. Os exemplos são vários, mas recomendamos que faça uma paragem:

- No Museu Amadeu de Sousa Cardoso: homenagem a este pintor, natural de Amarante, dando também a possibilidade de conhecer e apreciar a sua genialidade, nas obras expostas, bem como mostrar as História local e dar a conhecer outros artistas, escritores, poetas, naturais de Amarante.

- Na Igreja e Convento de S. Gonçalo: Erguido mesmo no centro da cidade, mesmo anexado ao Museu de Souza Cardoso, este convento apela a uma pausa – pare durante uns minutos e contemple este espaço de referência local, que é, também, monumento nacional desde 1910. A primeira pedra foi lançada em 1543 e a construção demorou mais 80 anos, atravessando vários reinados e colhido influências de estilos arquitetónicos.

- Solar dos Magalhães: De estrutura original, permanecem apenas as paredes exteriores. Esta grandiosa casa tornou-se um símbolo da resistência à entrada das tropas francesa no século XIX. Vítima de vários ataques em vários séculos, mostra-se atualmente imponente: uma verdadeira história de superação que reflete a autodeterminação de um povo.

Um dia em Amarante

HORAS ATIVIDADE
10h00 Comece o dia com uma visita à Igreja e Convento de S. Gonçalo
11h00 A seguir, passe pela Igreja de São Domingos, sem esquecer o Museu de Arte Sacra.
12h00 Visite a Igreja de São Pedro.
13h00 Uma pausa para almoçar. Recomendamos o Restaurante Zé da Calçada.
15h30 Deslumbre-se com o Museu Municipal Amadeo de Souza Cardoso.
17h00 Siga caminho para o Solar dos Magalhães.
20h00 Termine o dia no Parque Ribeirinho com uma vista privilegiada para o cartão-posta de Amarante, a ponte de S. Gonçalo.
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