A 48ª edição do Vodafone Rally de Portugal não podia ter começado da melhor forma. Espectáculo, emoção e uma verdadeira multidão foram os ingredientes perfeitos para fazer do arranque da competição um momento memorável, a que se juntou a partida do Estoril, um naquele que foi o regresso da cerimónia oficial de começo do Rally àquele lugar 39 anos depois.
O dia teve início bem cedo, com as equipas a deixarem o Algarve para cumprirem o protocolo de partida nos jardins do Casino Estoril. O hino foi tocado pela banda da GNR e o muito público que esteve presente deu uma prenda a Jari-Matti Latvala cantando-lhe os parabéns pelo seu 29º aniversário. Depois disso, ainda houve tempo para Sébastien Ogier doar mil euros aos Bombeiros Voluntários do Estoril e para uma concorrida sessão de autógrafos.
A nível competitivo, campeão do Mundo, Sébastien Ogier fez questão de participar na festa e tornou-se no primeiro líder da prova depois de ter batido toda a concorrência na super-especial de Lisboa, realizada mesmo em frente ao Mosteiro dos Jerónimos.
O piloto francês da Volkswagen efectuou o melhor tempo, 1,3s mais rápido do que o seu colega de equipa, Jari-Matti Latvala. O finlandês bem tentou celebrar da melhor forma o seu aniversário, mas não foi além do segundo posto, à frente de Andreas Mikkelsen que colocou o terceiro Polo WRC no derradeiro lugar do pódio.
No final, antes da ligação para o parque de assistência no Estádio do Algarve, Ogier não valorizava muito esta liderança porque “o rali a sério só começa amanhã”, afirmou. Por sua vez, Latvala estava satisfeito, embora tenha “andado demasiado de lado em alguns locais”, explicando assim porque perdeu mais tempo.
Com os primeiros lugares a serem discutidos por elementos da mesma equipa, o melhor não Volkswagen foi Thierry Neuville, que perdeu 2,9s para Ogier. O belga da Hyundai Motorsport confessa que ainda não está a tirar o máximo do i20 WRC mas que o caminho está a ser seguido e, por isso, há que contar com ele. O quinto lugar foi para Kris Meeke que, na estreia no Vodafone Rally de Portugal, assume o estatuto de melhor Citroën. Mikko Hirvonen é, por sua vez, o melhor representante da Ford, ao ocupar o sexto posto.
No WRC2, Bernardo Sousa e Yuri Protasov realizaram o mesmo tempo e assumem a liderança ex-aequo do campeonato, enquanto Jari Ketomaa está logo a seguir, a 0,3s dos seus adversários. Com este resultado, o madeirense é o melhor português, seguido de Rui Madeira e Ricardo Moura. No WRC3, o primeiro é Simone Campedelli, com 3,8 segundos de vantagem sobre o segundo, Martin Koci.
Entre os concorrentes do campeonato nacional, Ricardo Moura foi o mais rápido. O açoriano tirou 2,7 segundos ao tempo de Pedro Meireles, piloto que lidera a competição portuguesa após duas provas já realizadas.
Para além do arranque do Vodafone Rally de Portugal, a super-especial de Lisboa foi, também, palco para uma competição de clássicos desportivos. Rui Salgado, em Ford Escort MK1, foi o vencedor depois de ter batido os três adversários que, com ele, foram à final. Antes disso, já tinha havido uma qualificação com 30 participantes. Nesta prova, foi possível ver verdadeiras preciosidades da história dos ralis, naquele que foi um aperitivo para a competição a contar para o WRC.