Declarações a sério só mesmo no final da prova. Durante o rali, no final das especiais, os pilotos fugiram simpaticamente às questões, divagando com temas diversos, mas sempre com um sorriso nos lábios. Esta é uma forma de protesto, que terminou após a Power Stage com declarações mais agradáveis que o habitual, mesmo depois de uma pressão constante sofrida ao longo das savanas quenianas. Pode ser que as sanções e multas impostas pela FIA, por algumas escorregadelas verbais, terminem em breve.
Naquela que pode ser considerada a prova mais dura do calendário, os pilotos WRC deram outros exemplos importantes, como trabalhos árduos durante os troços, para recuperarem os seus carros. Nos pisos demasiado duros e traiçoeiros, os furos foram uma constante ao longo dos 21 troços do Safari, apesar da eficácia dos novos pneus Hankook, que, apesar de furados, permitiam por vezes que as equipas terminassem as especiais. Com diferenças maiores que o habitual entre todos os concorrentes, o Rali Safari do Quénia só teve dois líderes (Evans e Tänak), com Elfyn Evans a ser o mais eficaz, mas também o mais bafejado pela sorte, um fator essencial para vencer um rali com estas características.
Na classificação final, o "gentleman driver" Jourdan Serderidis, um grego com 61 anos, acabou por resistir à dureza da prova, levando o Ford Puma Rally1 ao 8.º lugar da geral, a quase meia hora do vencedor, sendo, no entanto, o 2º melhor da equipa M-Sport Ford WRT neste Safari. Serderidis tem sido um suporte essencial para a equipa, apostando também no apoio e incentivo a dotados pilotos muito mais jovens, que pretendem fazer carreira no WRC. O grego diverte-se aos comandos do Ford Puma, contribuindo também para que os ralis do mundial continuem a atrair atenções.
O próximo desafio do WRC 2025 será em asfalto e disputado nas olhas Canárias, entre 24 e 27 de abril. Elfyn Evans comanda o mundial com 88 pontos, uma vantagem considerável perante os 52 pontos do campeão Thierry Neuville e os 49 pontos somados por Ott Tänak.
