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A perfeição de Kalle Rovanperä desgraçou os rivais

28 abril 2025

Kalle Rovanperä deu uma lição de condução no Rali Ilhas Canarias, quarta prova do Campeonato do Mundo de ralis, vencendo 15 das 18 classificativas. O Vodafone Rally de Portugal é a prova que se segue.

O campeão do mundo de 2022 e 2023 dominou os adversários como há muito não se via no Mundial de ralis, mesmo aqueles que conduziam um carro igual ao seu. Após um início de temporada difícil, Kalle Rovanperä reapareceu em grande forma na Gran Canaria, impondo um ritmo diabólico e conquistando pontos que o colocam na luta pelo título mundial. As rápidas e muito técnicas estradas de asfalto representavam um desafio único e desconhecido para a maioria dos pilotos – apenas Thierry Neuville e Adrien Fourmaux tinham participado na prova –, mas Rovanperä impos, imediatamente, um ritmo que mais ninguém conseguiu acompanhar.

A Toyota teve um rali quase perfeito, ocupou os quatro primeiros lugares, e só não fez o pleno porque Sami Pajari arrancou uma roda ao GR Yaris Rally1. Do lado da Hyundai, ficou bem evidente que o i20N Rally1 não funcionava com os pneus duros da Hankook no asfalto abrasivo das Canarias, mas a equipa só descobriu isso quando a prova já estava na estrada. Os pilotos foram mudando as afinações do carro ao longo do rali, em alguns momentos conseguiram atenuar os estragos, mas percebeu-se que o chassis e os pneus não combinavam na perfeição.

O domínio de Kalle Rovanperä começou na etapa inicial, com o finlandês a vencer as seis classificativas e a terminar com 26,8 segundos de vantagem sobre o colega de equipa Sébastian Ogier. Foi o dia da Toyota, que colocou cinco carros nos cinco primeiros lugares. No final da etapa, Rovanperä afirmou que poderia ter feito melhor, ao passo que Ogier, um dos pilotos mais rápidos em asfalto, reconheceu que não conseguia acompanhar o andamento do finlandês. Mas não era o único. Ficou igualmente claro que os pilotos da Hyundai estavam muito longe do ritmo infernal dos Toyota, e Thierry Neuville surgia na sexta posição, a 1m.13 do líder no final de apenas 118 km ao cronómetro. A situação era muito complicada e Ott Tänak confirmou isso mesmo ao dizer: “Somos lentos e não temos a certeza do que fazer.” Os pilotos dos Ford Puma Rally1 surgiam a anos luz dos Toyota em mais uma demonstração de falta de andamento. Josh McErlean chegou mesmo a andar atrás de Yohan Rossel, que tripulava um Citroën C3 da categoria WRC2.

A história do Rali Ilhas Canarias ficou escrita no primeiro dia, os outros dois foram para cumprir programa. O cenário manteve-se na segunda etapa, como Rovanperä a “voar” na Gran Canaria e a vencer seis das sete classificativas “está a correr muito bem e a aderência tornou-se mais consistente e muito boa”, afirmou. Sébastian Ogier não conseguiu acompanhar o líder da prova, terminando o segundo dia a 45,2 segundos, e identificou o problema “ele voou! Faltou-nos velocidade em relação ao Kalle”.

A última etapa como começou como tinha terminado a etapa anterior, com Rovanperä a atacar e a ganhar o Super Sunday e a Power Stage, marcando pontos adicionais para o campeonato. “Foi um rali incrível, sem dúvida um dos melhores que fiz. Não tivemos o melhor início de época, mas estamos definitivamente de volta. O carro esteve sempre muito rápido. Gostei muito e foi um grande resultado para toda a equipa”, disse o vencedor, que pretende repetir a graça em Portugal “é bom estar de volta à terra. Vamos ter uma evolução dos pneus para esta superfície, e é certo que queremos fazer o mesmo que aqui”, afirmou. Sébastien Ogier ficou em segundo lugar a 53,5 s, e admitiu falta de ritmo “depois de três meses sem competir, é difícil estar na máxima forma”, disse o piloto da Toyota. Elfyn Evans e Takamoto Katsuta ficaram nos lugares imediatos, dando maior relevância ao domínio da marca japonesa.

Adrien Fourmaux foi o melhor piloto da Hyundai no quinto posto, a 2.31m do vencedor, seguido por Ott Tänak e Thierry Neuville. Grégoire Munster levou o único Ford Puma Rally1 até ao fim, mas terminou no modesto 11º lugar.

A história repetiu-se no WRC2 com Yohan Rossel, num Citroën C3, a liderar desde a primeira classificativa. Alejandro Cachón, ao volante de um GR Toyota Yaris, e Nikolay Gryazin, num Skoda Fabia RS, completaram o pódio da categoria.

Depois desta prova, Elfyn Evans lidera o campeonato de pilotos com 109 pontos, seguido por Kalle Rovanperä com 66 e Thierry Neuville com 59. No campeonato de construtores, a Toyota venceu as provas realizadas e ocupa a primeira posição com 208 pontos, na frente da Hyundai com 157 e M-Sport Ford com 58. A próxima prova do Mundial é o Vodafone Rally de Portugal, que se realiza entre 15 e 18 de maio.

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