Sébastien Ogier venceu o Rali de Itália e a Toyota manteve a hegemonia no Campeonato do Mundo de ralis, com seis triunfos consecutivos. Com a terceira vitória em quatro participações, o piloto francês fica bem posicionado para lutar pelo nono título mundial.
Assistiu-se a uma bela batalha nas rápidas e técnicas classificativas de terra da Sardenha entre Sébastien Ogier (Toyota) e Ott Tänak (Hyundai), com o francês a ganhar pela quinta vez em Itália e, a exemplo do que aconteceu no Rali de Portugal, é o novo recordista da prova. Três semanas depois de ter deixado excelentes indicações nas estradas portuguesas - Ott Tänak foi o piloto que ganhou mais classificativas - a Hyundai confirmou a sua rapidez na Sardenha, e pensou-se que poderia acabar com o domínio da campeã do mundo Toyota, que ganhou os seis ralis disputados esta temporada. Os dois primeiros dias de prova mostraram que o Hyundai i20 N Rally1 era competitivo com os pneus Hankook, o problema voltou a ser a pouca consistência dos pilotos, Tänak foi o único a não estragar o carro. Já a M-Sport Ford caiu em desgraça ao perder três carros logo no segundo troço do rali.
A primeira etapa foi bastante animada, com três trocas de líder, e cheia de armadilhas, com quatro abandonos por acidente (Thierry Neuville, Martinš Sesks, Josh McErlean e Grégoire Munster) e dois aparatosos capotamentos (Takamoto Katsuta e Jourdan Serderidis) entre os Rally1. Os pilotos da Hyundai entraram ao ataque e chegaram a ocupar os três primeiros lugares. O domínio durou pouco já que, na penúltima classificativa, Thierry Neuville bateu num muro e arrancou uma roda. Do lado da Toyota, Sébastien Ogier andou no limite e, no último troço, passou para a frente do rali, com 2,1 segundos da vantagem sobre Adrien Fourmaux e 7,3 segundos para Ott Tänak. O líder do campeonato, Elfyn Evans, nunca conseguiu andar ao nível dos mais rápidos e não foi apenas por limpar a estrada, Kalle Rovanpera era o segundo a passar e realizou sempre tempos muito melhores.
A segunda etapa foi demolidora e ficou marcada pela luta entre Sébastien Ogier e Ott Tänak, que venceram três classificativas cada e ganharam um avanço significativo sobre Kalle Rovanperä. No final do dia, o francês tinha 11,1 segundos de vantagem sobre Tanäk, que estava sozinho na luta contra cinco pilotos da Toyota, depois de mais um fim de semana para esquecer do campeão do mundo Thierry Neuville e de Adrien Fourmaux.
Com apenas um carro em condições de lutar pela vitória, os responsáveis da Hyundai optaram por segurar o segundo lugar nos quatro troços da terceira etapa. Tänak não correu riscos e deixou o caminho livre para Ogier ganhar, ainda assim o francês não evitou uma ligeira saída de estrada na power stage, erro pouco comum no piloto que já conquistou oito títulos mundiais. “As rodas entraram na valeta e, simplesmente, não consegui virar. Como a velocidade era baixa não forcei, fiz marcha atrás e saí. Não foi o ideal, mas foi o suficiente para vencer. Gosto das características desta prova, onde é necessário pilotar com precisão e fazer boa gestão dos pneus. Desde Portugal, a equipa tem feito um excelente trabalho e agora temos velocidade e um carro equilibrado”, frisou Sébastien Ogier. Há 12 meses, um furo na power stage custou-lhe a vitória por apenas 0,2 segundos – foi a menor diferença na história do WRC – agora tudo correu bem a Ogier, que conquistou na ilha do Mediterrâneo a 64º vitória no WRC.
Ott Tänak andou sempre muito depressa e ganhou seis troços, mas reconheceu: “Foi um fim de semana difícil para nós. Mais um rali muito exigente para o carro, foi um trabalho duro”, disse. No último dia, Kalle Rovanperä teve carta branca para atacar, venceu o Super Sunday e a Power Stage e retirou pontos aos pilotos da Hyundai. Por tudo isto, podemos fizer que foi mais uma prova perfeita da Toyota, que colocou dois pilotos no pódio e quatro nos cinco primeiros lugares!
Oliver Solberg (Toyota GR Yaris Rally2) beneficiou do furo sofrido por Nikolay Gryazin (Skoda Fabia RS Rally2) no penúltimo troço para vencer no WRC2, foi mais uma prova brilhante do sueco que terminou em 6º da geral. Os dois pilotos não escolheram esta prova para pontuar, pelo que Yohan Rossel continua a liderar o campeonato. O Mundial de ralis prossegue com o lendário Rali Acrópole, que se realiza entre 26 e 29 de junho.
Classificação final
1º Sébastien Ogier/Vincent Landais (Toyota GR Yaris Rally1), com 3h:34.24,5
2º Ott Tänak/Martin Järveoja (Hyundai i20N Rally1), a 7,9s
3º Kalle Rovanperä/Jonne Halttunen (Toyota GR Yaris Rally1), a 50,5s
4º Elfyn Evans/Scott Martin (Toyota GR Yaris Rally1), a 5m.05,7
5º Takamoto Katsuta/Aaron Johnston (Toyota GR Yaris Rally1), a 7m.29,6
6º Oliver Solberg/Edmondson Elliott (Toyota GR Yaris Rally2), a 8m.32,9 (1º Rally2)
Campeonato de pilotos
1º Elfyn Evans – 133 pontos
2º Sébastien Ogier – 114
3º Kalle Rovanperä – 113
4º Ott Tänak – 108
5º Thierry Neuville – 89
Campeonato de Construtores
1º Toyota Gazoo Racing WRT – 312 pontos
2º Hyundai World Rally Team – 243
3º M-Sport Ford World Rally Team – 87
4º Toyota Gazoo Racing WRT2 – 48